ENSAIO SOBRE A HIPOCRISIA

 Os hipócritas pensam que com palavras e fingimento podem resolver as dores do mundo, Porém nunca poderão, pois suas almas continuam sujas e seus olhos contaminados.

Por Claudio Cesário - Rio de janeiro, 13 de maio de 2023.

Hipocrisia é um tema que desperta muita polêmica e indignação na sociedade. Afinal, quem nunca se sentiu enganado ou traído por alguém que fingia ser o que não era? Quem nunca se deparou com discursos contraditórios ou atitudes incoerentes de pessoas que se diziam virtuosas ou honestas? Quem nunca se revoltou com a falsidade e a desonestidade que parecem imperar em muitos ambientes e relações?

Neste ensaio, vamos tentar entender o que é a hipocrisia, quais são as suas causas e consequências, e como podemos combatê-la ou evitá-la. Para isso, vamos recorrer a algumas definições e exemplos encontrados em fontes confiáveis e respeitadas.

Segundo o site Significados, hipocrisia significa “fingir ou ocultar o que se pensa ou sente, simulando qualidades ou sentimentos que não possui”. A palavra vem do grego e do latim e estava relacionada ao teatro, onde os atores usavam máscaras para representar papéis. O hipócrita é alguém que usa uma máscara de aparência para enganar os outros.

O site Dicio também define hipocrisia como “característica ou comportamento da pessoa hipócrita, de quem apresenta uma opinião que não possui ou finge sentir o que não sente; falsidade, dissimulação, fingimento”. O site ainda cita alguns sinônimos e antônimos de hipocrisia, como falsidade, desonestidade, sinceridade e honestidade.

A partir dessas definições, podemos perceber que a hipocrisia envolve uma “desconexão entre o que se diz e o que se faz”, entre o que se mostra e o que se é. O hipócrita é alguém que “não é autêntico”, que “não assume a sua verdadeira identidade”, que “não tem coerência” entre os seus valores e as suas ações.

Mas por que alguém seria hipócrita? Quais são as motivações por trás desse comportamento? Existem várias possíveis explicações para a hipocrisia, mas podemos destacar algumas delas:

Medo: o hipócrita pode ter medo de ser rejeitado, criticado ou punido por expressar o que realmente pensa ou sente. Ele pode ter medo de perder prestígio, poder ou benefícios por ser quem realmente é. Ele pode ter medo de enfrentar as consequências dos seus erros ou defeitos. Por isso, ele prefere se esconder atrás de uma máscara de conveniência ou conformidade.

Interesse: o hipócrita pode ter interesse em obter vantagens ou favores de outras pessoas, manipulando-as com falsos elogios, promessas ou sentimentos. Ele pode ter interesse em se aproveitar de situações ou oportunidades, sem se importar com os princípios éticos ou morais. Ele pode ter interesse em se destacar ou se sobressair, sem se importar com os méritos ou esforços alheios.

Orgulho: o hipócrita pode ter orgulho de si mesmo, achando-se superior ou infalível. Ele pode ter orgulho da sua imagem, querendo parecer perfeito ou exemplar. Ele pode ter orgulho da sua opinião, querendo impor a sua visão ou verdade aos outros. Por isso, ele não admite as suas fraquezas ou limitações, nem reconhece as suas falhas ou contradições.

A hipocrisia tem diversas consequências negativas para o indivíduo e para a sociedade. Algumas delas são:

Desconfiança: a hipocrisia gera desconfiança nas relações interpessoais, pois as pessoas não sabem se podem confiar no que o outro diz ou faz. A desconfiança prejudica a comunicação, a cooperação e a harmonia entre as pessoas.

Desrespeito: a hipocrisia gera desrespeito pelos direitos e deveres dos cidadãos, pois os hipócritas não cumprem as leis ou normas sociais. O desrespeito compromete a ordem, a justiça e a paz social.

Desilusão: a hipocrisia gera desilusão nas expectativas e nos ideais das pessoas, pois os hipócritas não correspondem ao que prometem ou aparentam. A desilusão afeta a motivação, a autoestima e a felicidade das pessoas.

Diante dessas consequências, como podemos lidar com a hipocrisia? Como podemos nos proteger dos hipócritas ou evitar sermos hipócritas? Não há uma resposta simples ou única para essas questões, mas podemos sugerir algumas atitudes possíveis:

“Autoconhecimento”: conhecer-se a si mesmo é fundamental para ser autêntico e coerente. É preciso reconhecer os próprios pensamentos, sentimentos, valores e objetivos, bem como os próprios erros, defeitos e limitações. É preciso assumir a própria identidade, sem se deixar influenciar pelo medo, pelo interesse ou pelo orgulho.

“Respeito”: respeitar-se a si mesmo e aos outros é essencial para ser honesto e ético. É preciso respeitar os próprios direitos e deveres, bem como os direitos e deveres alheios. É preciso respeitar as diferenças e as divergências entre as pessoas, sem impor ou julgar as suas opiniões ou sentimentos.

“Diálogo”: dialogar com sinceridade e franqueza é importante para ser confiável e compreensivo. É preciso dialogar com clareza e objetividade, sem omitir ou distorcer informações. É preciso dialogar com abertura e humildade, sem esconder ou negar sentimentos.

Finalmente, podemos afirmar que a hipocrisia é um problema sério e complexo que afeta tanto o indivíduo quanto a sociedade. A hipocrisia é um comportamento que envolve fingimento, falsidade e incoerência entre o que se diz e o que se faz. A hipocrisia tem diversas causas possíveis, como medo, interesse ou orgulho. A hipocrisia tem diversas consequências negativas, como desconfiança, desrespeito ou desilusão. A hipocrisia pode ser combatida ou evitada com algumas atitudes possíveis, como autoconhecimento, respeito ou diálogo.

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Claudio Cesário é jornalista, graduado em Letras - Português/Inglês - e suas respectivas Literaturas. Professor de português, revisor e lexicógrafo, desde 2012 trabalha na gestão e produção de conteúdos linguísticos. Licenciado pela Universidade Castelo Branco, atua nas áreas do ensino fundamental II, ensino médio e cursos preparatórios, lecionando português a crianças, jovens e adultos. Colabora ainda na revisão ortográfica e científica de livros didáticos, artigos, monografias e trabalhos de conclusão de curso (TCC).


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