A desconstrução da norma culta ameaça nossa identidade cultural e limita o pensamento crítico.
Por Claudio Cesário - Rio de janeiro, 19 de dezembro de 2024.

A substituição da excelência pelo
relativismo é uma das consequências mais evidentes dessa interferência. Sob o
pretexto de "inclusão" e "democratização do saber",
disciplinas fundamentais como gramática, sintaxe e morfologia têm sido
relegadas a um plano secundário. O enfoque passou a ser a exploração de
aspectos sociopolíticos, frequentemente enviesados, que distorcem a
neutralidade do aprendizado linguístico e reduzem a língua a um mero
instrumento de militância.
Ao priorizar a desconstrução de
regras e a validação de variantes coloquiais em detrimento da norma culta, o
sistema educacional promove um nivelamento por baixo. Isso impede que os alunos
tenham acesso pleno à riqueza e à complexidade da língua portuguesa, cerceando
seu potencial para compreender textos mais sofisticados, argumentar de forma
estruturada e ascender socialmente.
A Influência Progressista e
Comunista no Declínio Educacional
Ideologias progressistas, que
pregam a destruição de estruturas tradicionais, enxergam na língua um campo de
batalha. A imposição de "linguagens neutras" — que ignoram as
características naturais e históricas da língua — é exemplo claro dessa agenda.
Ao desestabilizar os alicerces linguísticos, essas práticas comprometem a
comunicação e fomentam a fragmentação cultural.
Por outro lado, o viés marxista
que predomina na formação de educadores e na elaboração de materiais didáticos
contribui para transformar o ensino da língua em um palco para discursos
ideológicos. O objetivo parece ser o de criar uma massa de indivíduos incapazes
de questionar e avaliar criticamente o que lhes é imposto. Uma população
linguisticamente empobrecida é mais suscetível à manipulação.
Consequências da Deturpação
O resultado desse movimento é
visível: a qualidade do ensino piora progressivamente, gerando alunos com baixa
capacidade de leitura e interpretação. A dificuldade em redigir um texto claro
e coerente torna-se um problema recorrente. Essa decadência intelectual
compromete não só o futuro acadêmico e profissional dos jovens, mas também o
fortalecimento da sociedade como um todo.
A língua é mais do que um código
de comunicação; ela é o reflexo do pensamento. Quando corrompemos a língua,
corrompemos também a nossa capacidade de pensar e de nos expressar. Assim, a
decadência linguística reflete diretamente na decadência humana, pois dificulta
o desenvolvimento de uma visão crítica e de uma consciência cidadã.
O Caminho para a Restauração
A reversão desse quadro passa por
uma reforma educacional profunda. É imperativo que o ensino da língua
portuguesa volte a ser pautado pela valorização da norma culta e pelo respeito
às estruturas gramaticais que sustentam nossa tradição literária e acadêmica. O
combate à infiltração ideológica é um passo essencial para garantir que a
educação seja isenta de ideias comunistas e focada no desenvolvimento integral
do aluno.
Enfim, não podemos nos furtar ao
dever de proteger a língua portuguesa, que é tanto um patrimônio cultural
quanto uma ferramenta essencial para a emancipação intelectual. Defendê-la do
vilipêndio é preservar não apenas uma língua, mas a dignidade de um povo e a
esperança de um futuro melhor.
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Claudio Cesário é jornalista, graduado em Letras -
Português/Inglês - e suas respectivas Literaturas. Professor de português,
revisor e lexicógrafo, desde 2012 trabalha na gestão e produção de conteúdos
linguísticos. Licenciado pela Universidade Castelo Branco, atua nas áreas do
ensino fundamental II, ensino médio e cursos preparatórios, lecionando
português para crianças, jovens e adultos. Colabora ainda na revisão
ortográfica e científica de livros didáticos, artigos, monografias e trabalhos
de conclusão de curso (TCC).
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