Mateus 5:37 “Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”.
Por Claudio Cesário - Rio de janeiro, 27 de janeiro de 2024.
Mudar de ideia, quando é algo feito em busca da Verdade, é válido e necessário. Santo Agostinho, por exemplo, abandonou o maniqueísmo ao conhecer a verdade da fé cristã, ou seja, mudou de ideia objetivando a verdade.
No entanto, aquele que muda de ideia constantemente de acordo com as tendências ou objetivando interesses escusos, assemelha-se à serpente e sua língua bífida que, com uma só boca, profere ideias contraditórias, dizendo ou desdizendo o tempo todo, gerando confusão e incerteza.
Que o sim seja sim e o não seja não. O ambíguo, o contraditório e o confuso não passam de retórica diabólica feita para confundir e enganar.
Na busca incessante pela verdade, o ser humano enfrenta um constante desafio: o de revisar suas convicções e, se necessário, mudar de ideia. Essa jornada rumo à compreensão mais profunda é um processo intrínseco à natureza humana, e sua importância é ressaltada por pensadores ao longo dos séculos. Nesse contexto, as palavras de Santo Agostinho ecoam como um farol, iluminando o caminho daqueles que buscam a verdade objetiva.
Santo Agostinho, figura proeminente no mundo da teologia e filosofia, proporciona um exemplo marcante de mudança de ideias em direção à verdade. Sua jornada espiritual o levou a abandonar as crenças do maniqueísmo em favor da fé cristã, um movimento fundamentado na busca sincera pela verdade divina. Essa transformação não foi apenas um mero capricho intelectual, mas sim uma resposta à luz da verdade que iluminou seu caminho.
Entretanto, é crucial distinguir essa busca legítima pela verdade da instabilidade volúvel daqueles que mudam de ideia conforme as oscilações das tendências ou em busca de interesses pessoais. Em contraste com a firmeza de propósito de Santo Agostinho, aqueles que se assemelham à serpente, com sua língua bífida, proferem ideias contraditórias, gerando confusão e incerteza.
A verdadeira busca pela verdade exige coragem e humildade. É preciso estar disposto a confrontar nossas próprias convicções, questionar nossos pressupostos e estar aberto ao diálogo e à aprendizagem contínua. No entanto, essa disposição não deve ser confundida com uma mentalidade de flutuação constante, que reflete não a busca pela verdade, mas sim a falta de integridade e firmeza de caráter.
A sabedoria de Santo Agostinho nos ensina que o sim deve ser sim e o não, não. A ambiguidade, o contraditório e a confusão são meros artifícios da retórica diabólica, destinados a confundir e enganar. Em um mundo inundado por uma miríade de opiniões e perspectivas, a firmeza na busca pela verdade é mais crucial do que nunca.
Portanto, que possamos seguir o exemplo de Santo Agostinho, buscando incessantemente a verdade, mesmo que isso signifique abandonar antigas convicções e abraçar novos entendimentos. Que nossa busca pela verdade seja guiada pela luz da razão e pela chama da fé, capacitando-nos a discernir entre o genuíno e o ilusório em meio ao tumulto das ideias contraditórias.
Nessa jornada rumo à verdade, que possamos encontrar não apenas respostas, mas também uma maior compreensão de nós mesmos e do mundo que nos cerca. Pois, como nos lembra Santo Agostinho, é na busca pela verdade que encontramos a verdadeira plenitude e significado de nossas vidas.
João 8:32 - "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".
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Claudio Cesário é jornalista, graduado em Letras - Português/Inglês - e suas respectivas Literaturas. Professor de português, revisor e lexicógrafo, desde 2012 trabalha na gestão e produção de conteúdos linguísticos. Licenciado pela Universidade Castelo Branco, atua nas áreas do ensino fundamental II, ensino médio e cursos preparatórios, lecionando português a crianças, jovens e adultos. Colabora ainda na revisão ortográfica e científica de livros didáticos, artigos, monografias e trabalhos de conclusão de curso (TCC).
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